Sarney ataca Marina. Eita candidata de sorte!
Marina
Silva não pode reclamar de falta de sorte. E não estou tentando ser nem
engraçado nem sinistro. Não me refiro à queda do avião, não, mas aos
“inimigos” que começam a se apresentar. Convenham: nem num sonho bom um
candidato à Presidência receberia um ataque feroz de José Sarney, o
homem que não vai concorrer à reeleição no Amapá porque seria derrotado.
Marina recebeu nesta quarta um presente divino.
Sarney
subiu no palanque de Lobão Filho (PMDB), no Maranhão, que vai perder a
eleição no primeiro turno para Flávio Dino, do PC do B, e esculhambou a
candidata do PSB à Presidência. Leiam o que disse na noite de
terça-feira:
“A dona Marina, com essa cara de santinha, mas [não tem] ninguém mais radical, mais raivosa, mais com vontade de ódio do que ela. Quando ela fala em diálogo, o que ela chama de diálogo é converter você”.
“A dona Marina, com essa cara de santinha, mas [não tem] ninguém mais radical, mais raivosa, mais com vontade de ódio do que ela. Quando ela fala em diálogo, o que ela chama de diálogo é converter você”.
Vocês
sabem como sempre digo tudo, mesmo correndo o risco de aborrecer, né?
Pode até concordar com Sarney em certos aspectos, mas olhem quem está
falando… Sim, é verdade, o seu nome vive sendo citado pela turma de
Marina como símbolo do que se deve evitar em política. Mas me digam: a
esta altura, que força política relevante e com um mínimo de seriedade,
discordaria?
Receber
essa crítica do velho coronel do Maranhão chega a ser uma láurea, uma
condecoração. E ele seguiu adiante, animado pelos gritos de “guerreiro
do povo brasileiro”, vindos de uma plateia rigidamente controlada:
“Ela [Marina] pensa que o mundo tem duas partes: uma condenada à salvação e outra à perdição”.
“Ela [Marina] pensa que o mundo tem duas partes: uma condenada à salvação e outra à perdição”.
De fato, o
mundo não está condenado a essas duas partes, mas o fato é que a
política da família Sarney no Maranhão está condenada pela história e
pelos números. Depois de cinquenta anos submetido às vontades do clã, o
Estado exibe os piores indicadores sociais do país — embora, nem de
longe, enfrente as condições naturais mais adversas. O mal do Maranhão é
humano. Não vem da natureza nem dos céus.
A partir
de amanhã, Marina já pode exibir o seu galardão: Sarney não quer que ela
seja presidente. É um trunfo eleitoral gigantesco.
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